12/28/2010

Bacilos não fermetadores

1 . Características gerais
· São aeróbios estritos
· São bacilos retos ou levemente curvos
· Móveis com um ou mais flagelos polares; raros imóveis
· Podem apresentar fímbrias
· Possuem AgO (da parede – parte glícidica do lipopolissacarídeo) semelhante ao das enterobactérias
· Possuem camada mucóide (Ag= alginato)
· São classificados em grupos, de acordo com a homologia do RNA. Dentro de cada grupo, a classificação se baseia na homologia do DNA.
2 . Metabolismo
· Aeróbios, com metabolismo estritamente respiratório
· Quimiorgânotróficos, capazes de sintetizar proteínas a partir do petróleo
· Muitas espécies produzem pigmento
· São capazes de viver em inúmeros locais pela sua riqueza enzimática
3 . Epidemiologia
· São amplamente distribuídos pela natureza
· Estão no ambiente do hospedeiro: reservatório de água, alimentos, flores cortadas, pias, , sanitários, equipamentos respiratórios e de diálise e até em desinfetantes.
· Algumas espécies são patogênicas , mas isso ocorre em condições de oportunidade
· Não persistem como flora normal, a não ser em indivíduos hospitalizados
· O representante mais importante é a Pseudomonas aeruginosa (mais de 70% das infecções se dão por bactérias aeróbias estritas)
4 . Taxonomia (classificação)
Ela é feita por dois critérios. O primeiro leva em conta a mobilidade de acordo com a presença ou ausência de flagelos. O segundo critério leva em consideração o tipo de flagelo presente: polar ou peritríqueo.

A) móveis com flagelos polares
· P. aeruginosa
· Burkhederia cepacia
· Stenotrophomonas maltophilia
B) móveis com flagelo peritríqueo
· Alcaligenes xylosoxidans
· Bordetella sp ( nem pertursis e nem parapertursis)
C) imóveis e oxidase positiva (grande quantidade de citocromo oxidase)
· Chryseobacterium meningoseptium
· Moraxella sp
D) imóveis e oxidase negativa
· Acinetobacter baumanni

Bactérias KPC

A bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae Carbapenemase) é um microorganismo que foi modificado geneticamente no ambiente hospitalar e que é resistente aos antibióticos. Os primeiros casos do microorganismo foram detectados em pacientes internados em UTI, nos Estados Unidos. No Brasil, já foram identificados 135 casos suspeitos e confirmados em hospitais do Distrito Federal, até a data presente.
A bactéria KPC, a“superbactéria”, foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos no ano 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética, gerando uma resistência a vários antibióticos (carbapenêmicos, especialmente) e a grande capacidade de tornar resistentes outras bactérias.
A bactéria KPC pode ser encontrada na água, em fezes, no solo, em vegetais, cereais e frutas. O contágio ocorre em ambiente hospitalar, pelo contato com secreções do paciente infectado, desde que não sejam respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene. A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, mortal. Crianças, idosos, pessoas debilitadas, com doenças crônicas e imunidade baixa ou submetidas a longos períodos de internação hospitalar (dentro ou fora da UTI) correm risco maior de contrair esse tipo de infecção. A resistência aos antibióticos não é um fenômeno novo nem específico da espécie Klebsiella. Porém, esses germes multirresistentes não conseguem propagar-se fora do ambiente hospitalar. Informações obtidas através do website do Dr. Drauzio Varella